Mostra celebra cultura indígena com pinturas, dança e música


O povo guarani é uma das mais representativas etnias indígenas das Américas, em território que abrange a Bolívia, o Paraguai, a Argentina, o Uruguai e a porção centro-meridional do nosso território. Para conhecer seu modo de vida, boa oportunidade é visitar a exposição "Curumins – Crianças Indígenas do Brasil", com 14 painéis, que abre nesta sexta (3), às 20 horas, no Praiamar Shopping (Rua Alexandre Martins, 80, Aparecida), em Santos.
A mostra fica em cartaz até dia 19. Para dar mais realidade ao evento, haverá apresentação de músicas e danças do grupo Mborai Mirim, formado por jovens guarani da aldeia Paranapuã, em São Vicente. Perfomance que será repetida sábado (4) e domingo (5), às 18h.
Cederam obras gratuitamente, como voluntários, os artistas Adriana de Albuquerque, Adriano Azevedo Soares, Aline Benedito, Bill Silva, Caio Henrique de Castro Souza, Carlos Catts, Clayton da Silva, Edson Galhardo Junior, Gilcemar Silva Cassote, Val Maltas, Ramello e Vinil Colante.
Antes da chegada do homem branco, o povo guarani formava um conjunto de grupos com a mesma origem, falava um mesmo idioma e tinha desenvolvido um modo de ser que mantinha viva a memória de antigas tradições. E projetavam o futuro, praticando uma agricultura muito produtiva, que gerava amplos excedentes que motivavam grandes festas e a distribuição dos produtos, conforme determinava a economia de reciprocidade.
Os guaranis veem seu mundo como uma região de matas, campos e rios, como um território onde eles vivem segundo seu modo de ser e sua cultura milenar. Do território tradicional que se estende por parte da Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil, eles ocupam hoje apenas pequenas ilhas. 
O solo que se pisa é um tekoha, o lugar físico, o espaço geográfico onde são o que são, se movem e onde existem. Esses povos guardam tradições de tempos muito antigos, que trazem na memória e que vão atualizando em seu cotidiano, através de seus mitos e rituais.
Atualmente, eles seguem vivendo onde sempre viveram, apesar de inumeráveis pressões, ameaças e mortes. Diversos grupos foram se estendendo por esta parte da América, mediante sucessivas migrações aliadas ao crescimento demográfico, que começaram há uns dois mil anos, e que continuam até a atualidade. 
No Vale do Ribeira existem hoje 12 aldeias e em São Vicente, desde 2004, formou-se um núcleo na praia de Paranapuã. Um dos maiores males que eles têm que suportar é a invasão e a destruição de sua terra, a ameaça contra seu modo de ser, a expulsão, a discriminação e o desprezo que vieram com a chegada dos ‘outros’; dos colonos e os fazendeiros.

"Curumins – Crianças Indígenas do Brasil" é uma ação sociocultural organizada voluntariamente pela AT Comunicação e Produção e a Cia. Histórias do Baú, com artistas e grupos para despertar a atenção dos moradores das cidades onde há aldeias para a forma de viver, a cultura e as expressão do povo indígena.
A entrada é franca, mas pede-se a doação (até 19 deste mês) de alimentos não perecíveis para as aldeias Paranapuã (São Vicente), Peguao-ty (Sete Barras), Takuari (Eldorado), Itapu Mirim (Registro, Pindo-ty e Araçá Mirim (Pariquera-Açú), Guavira-ty, Jeji-ty e Itapuã (Iguape), Tapy-i, Takuari-ty e Pakuri-ty (Cananeia). As obras estarão à venda pelo valor de dez cestas básicas. 

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