Denúncias de violência contra idosos crescem cinco vezes na pandemia

As denúncias de violência contra idosos saltaram de 3 mil, em março, para 17 mil, em maio. Casos foram divulgados em levantamento do Disque 100

Foto: Mário Oliveira | SEMCOM | via Fotos Públicas

Por: Marcio Call

De acordo com um levantamento do Disque 100, promovido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, as denúncias de casos de violência contra a pessoa idosa quintuplicaram ente março e maio deste ano.

No total, dentro deste período, os casos passaram de cerca de 3 mil em março para quase 17 mil até maio. Um dos motivos apontados para este aumento seria o isolamento social, que permite que esse grupo vulnerável passe mais tempo em casa, por vezes, com seus agressores.

Em 2019, em 83% dos casos denunciados os familiares eram os principais agressores  das pessoas mais velhas. Assim, a quarentena pode evitar que os idosos sejam contaminados pela Covid-19, mas os expõe aos familiares.

De 2011 a 2018, a média de aumento das denúncias de março a maio não ultrapassou os 20%, enquanto 2020 registra até o momento um aumento de 400%. O valor deste ano é quase o dobro de todas as denúncias registradas em 2011 em todo o país.

Já em 2019, a violência contra os idosos teve um aumento de 29%, com 48,5 mil registros recebidos pelo Disque 100, como aponta a cartilha ‘Violência contra a pessoa idosa: vamos falar sobre isso?’, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Vale apontar que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, um em cada seis idosos sofre violência. Já as denúncias de violência contra idosos no Brasil vêm crescendo desde 2018, quando houve o registro de 37.454 casos, representando um aumento de 13% em comparação a 2017. Os familiares correspondiam a mais de 80% dos agressores.

Entre as violações mais comuns estão a negligência, violência psicológica, incluindo gestos de humilhação, hostilidade ou xingamentos; e a violência patrimonial, quando o idoso tem seu salário confiscado ou seus bens destruídos.

Fonte: O Globo


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