Denúncias de violência contra idosos crescem cinco vezes na pandemia

As denúncias de violência contra idosos saltaram de 3 mil, em março, para 17 mil, em maio. Casos foram divulgados em levantamento do Disque 100

Foto: Mário Oliveira | SEMCOM | via Fotos Públicas

Por: Marcio Call

De acordo com um levantamento do Disque 100, promovido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, as denúncias de casos de violência contra a pessoa idosa quintuplicaram ente março e maio deste ano.

No total, dentro deste período, os casos passaram de cerca de 3 mil em março para quase 17 mil até maio. Um dos motivos apontados para este aumento seria o isolamento social, que permite que esse grupo vulnerável passe mais tempo em casa, por vezes, com seus agressores.

Em 2019, em 83% dos casos denunciados os familiares eram os principais agressores  das pessoas mais velhas. Assim, a quarentena pode evitar que os idosos sejam contaminados pela Covid-19, mas os expõe aos familiares.

De 2011 a 2018, a média de aumento das denúncias de março a maio não ultrapassou os 20%, enquanto 2020 registra até o momento um aumento de 400%. O valor deste ano é quase o dobro de todas as denúncias registradas em 2011 em todo o país.

Já em 2019, a violência contra os idosos teve um aumento de 29%, com 48,5 mil registros recebidos pelo Disque 100, como aponta a cartilha ‘Violência contra a pessoa idosa: vamos falar sobre isso?’, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Vale apontar que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, um em cada seis idosos sofre violência. Já as denúncias de violência contra idosos no Brasil vêm crescendo desde 2018, quando houve o registro de 37.454 casos, representando um aumento de 13% em comparação a 2017. Os familiares correspondiam a mais de 80% dos agressores.

Entre as violações mais comuns estão a negligência, violência psicológica, incluindo gestos de humilhação, hostilidade ou xingamentos; e a violência patrimonial, quando o idoso tem seu salário confiscado ou seus bens destruídos.

Fonte: O Globo


Brasil: 80% das crianças indígenas Yanomami sofrem de desnutrição

Enquanto a média nacional de crianças e adolescentes sem acesso a saneamento básico está em 24,8%, na maioria dos estados da Amazônia Legal ela está próxima dos 50%, chegando a 88% no Amapá

Imagem ilustrativa. Crédito: Ibama-RR

A Amazônia Legal brasileira corresponde a 60% do território nacional. Abriga povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, mas também grandes centros urbanos, como Manaus e Belém. No total, são cerca de 27,7 milhões de habitantes – sendo 9,1 milhões de crianças e adolescentes – distribuídos em 808 municípios de nove estados.

O estudo do UNICEF ‘Bem-Estar e Privações Múltiplas na Infância e na Adolescência no Brasil’ mostra que muitas meninas e muitos meninos amazônicos não têm seus direitos a educação, água, saneamento, moradia, informação e proteção contra o trabalho infantil garantidos.

A ausência de uma ou mais dessas dimensões coloca-os em situação de “privação múltipla”, uma vez que seus direitos são indivisíveis.

A principal privação a que meninas e meninos amazônicos estão sujeitos é a falta de acesso a condições de saneamento básico. Enquanto a média nacional de crianças e adolescentes sem esse direito está em 24,8%, na maioria dos estados da Amazônia ela está próxima dos 50%, chegando a 88% no Amapá. A única exceção na região é Roraima, com apenas 11,5% de crianças e adolescentes privados desse direito.

Outro problema grave enfrentado pelas crianças indígenas no país é a desnutrição. No Brasil, cerca de 30% das crianças indígenas são afetadas por desnutrição crônica. Os percentuais são maiores entre algumas etnias. De acordo com dados do Ministério da Saúde coletados nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), a desnutrição infantil passa dos 65% entre crianças do Alto Rio Purus e ultrapassa os 80% entre as crianças Yanomami.

Na Amazônia Legal, o aumento da mortalidade infantil é particularmente preocupante porque a região apresenta os piores índices do país. Segundo dados de 2016, os nove estados da região estão com taxas de mortalidade infantil (até 1 ano) e na infância (até 5 anos) acima da média nacional.

Os piores índices encontram-se no Amapá, em Roraima e no Amazonas. Entre as crianças indígenas da região, a taxa de mortalidade infantil permanece bem maior do que aquela de crianças não indígenas: 31,3 óbitos por 1.000 nascidos vivos.

A maior parte das mortes de indígenas menores de 1 ano acontece nos primeiros 28 dias de vida. Grande parte das mortes ocorre por doenças evitáveis, como diarreias, infecções respiratórias agudas, tuberculose e malária.

Fonte: ONU Brasil


Pandemia pode colocar até 14 milhões de brasileiros na pobreza

Estudo internacional avaliou cenários com quedas de até 20% na renda, devido à crise gerada pela pandemia. No pior cenário, Brasil teria 14,4 milhões de novos pobres e 3,3 milhões de pessoas entrando para a faixa da pobreza extrema


Um novo estudo apresenta projeções para o cenário global que a crise econômica causada pelo novo coronavírus pode gerar.

A pesquisa foi realizada por pesquisadores da King’s College London e da Universidade Nacional da Austrália, em parceria com o Instituto Mundial das Nações Unidas para a Pesquisa Econômica do Desenvolvimento (UNU-WIDER).

Os pesquisadores avaliaram três cenários prováveis da recessão causada pela pandemia de Covid-19: quedas de 5%, 10% e 20% da renda ou consumo.

O critério adotado para considerar alguém em situação de pobreza é que esta pessoa viva com até US$ 5,50 diários (o equivalente a R$ 27,40). Há uma condição de pobreza ainda mais grave, com US$ 3,20 por dia, e a extrema pobreza é caracterizada por até US$ 1,90 diário.

Segundo as projeções, em todo o mundo, o número de novos pobres por causa da pandemia pode chegar a 527,2 milhões. E o número de pessoas vivendo na pobreza extrema poderia passar de 727,3 milhões atualmente para 1,1 bilhão, na pior das hipóteses (queda de 20% na renda).

Segundo os pesquisadores, caso se confirme, esse cenário indicaria uma “reversão de sete a dez anos de progresso na luta contra a redução da pobreza, dependendo da contração, e o primeiro aumento absoluto de pessoas vivendo em extrema pobreza desde 1999”.

No Brasil, o número de pessoas na pobreza poderia aumentar em até 14,4 milhões, e o número de pessoas na extrema pobreza poderia aumentar de 700 mil a 3,3 milhões.

Em todos os casos analisados, o Brasil responderia por, aproximadamente, algo entre 25% e 30% dos novos pobres na América Latina.

Para além das previsões dos pesquisadores, o próprio Banco Mundial divulgou dados recentes em que apontava uma queda de 8% no PIB brasileiro em 2020. Já em relação ao PIB global, a previsão é de um encolhimento de 5,2%, mais do que o dobro registrado na crise financeira de 2008.

Os cenários avaliados pelos pesquisadores, de queda de 5%, 10% ou 20% de renda ou consumo, estão de acordo com as previsões de organismos internacionais.

Na América Latina e Caribe, segundo os pesquisadores, uma queda de 10% na renda e no consumo per capita resultaria no fim de uma década de progresso relativamente lento para a redução da pobreza dentro do patamar de US$ 5,50 diários. Já uma queda de 20% pode levar à incidência de pobreza de volta ao nível de 2005.

Fonte: BBC News Brasil

Maricá, seguindo os passos da Suíça? Descubra o segredo do mercado de trabalho mais eficaz do planeta.

Qual o segredo da igualdade de trabalho em uma das economias mais competitivas do planeta? 



A Suíça pode se orgulhar de ter o mercado de trabalho mais eficiente do mundo. E esse fator é fundamental para explicar como um país com um pequeno mercado doméstico e uma moeda muito forte conquistou um lugar permanente no pelotão líder das economias mais competitivas e inovadoras do planeta.

Com apenas oito milhões de habitantes, a taxa de desemprego no país alpino é de cerca de 2% ao mês. A economia suíça tem um alto nível de flexibilidade e seu mercado de trabalho é o que funciona melhor no mundo.

 

 Qual é, então, o segredo de ter igualdade em uma das economias mais competitivas do planeta? Legislação milagrosa? Uma demanda exagerada por trabalho? Uma excepcionalidade econômica? A resposta é mais simples do que parece: quase 70% da população tem acesso ao treinamento profissional.

A cidade de Maricá também possui um projeto sólido dequalificação profissional em Parceria com o Senac RJ, oferecendo cursosgratuitos a jovens e adultos da cidade.

 

Hoje persistem os preconceitos sobre a formação profissional, apesar de apresentar uma taxa de emprego mais alta.

 Vamos entender essa virtuosa sincronização entre o sistema educacional e o mercado de trabalho

 

Na contra mão de uma tendência nacional de perdas, durante todo o ano de 2019 Maricá (RJ) ocupou o quarto lugar no ranking do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho, registrando também a segunda maior evolução de empregos formais no âmbito do estado do Rio, O desempenho entre os mais de 5.661 municípios do país também foi igualmente impressionante, com a cidade de 3 mil habitantes ocupando o 58 lugar geral entre as cidades que mais criaram empregos formais ao longo de todo ano.

 

 Existem diferentes cursos de treinamento:

 

 Por que os jovens suíços preferem o treinamento profissional?

  Existe um elemento histórico. O sistema suíço, em essência, é algo compartilhado por outros países. As organizações profissionais nesses países, possuem uma associação automática entre trabalho manual e trabalho de menor valor social.

 

O FUTURO À NOSSA FRENTE

 

Como evitar o excesso de profissionais em um setor? 

Aqui está o segredo do milagre inovador: Com a formação profissional dos cursos oferecidos pela prefeitura, está em contato direto com o mercado de trabalho e as empresas envolvidas, abrem outras opções e também está muito próxima do processo de inovação que é constantemente atualizada. Não existe um fator que decida os tópicos ou cursos, que podem ser modificados se a necessidade for urgente pelas próprias organizações profissionais. Se houver mudanças na estrutura do mercado de trabalho, elas serão transferidas para a oferta de treinamento, que não seja pego de surpresa nos modelos anteriores. Graças a essa proximidade, a inovação pode ser implementada de maneira muito mais rápida e ampla do que em outras grandes cidades que têm uma tradição mais acadêmica.

Pode-se dizer que o sistema sempre foi de oferecer a oferta e demanda que são definidas livremente pelo mercado. Jovens, instituições e empresas seguem de perto essas tendências trabalhistas. Não há risco de excesso de oferta de profissionais, porque no momento a reclamação dos empregadores é de que não temos aprendizes profissionais suficientes. Nossa economia opera em uma velocidade mais alta do que outras cidades.

 

Como atrair e envolver o setor privado no sistema?

Empresas interessadas poderão investir na cidade e não o fariam por caridade cristã, mas por interesse econômico. Se torna interesse da empresa e da indústria treinar os melhores trabalhadores para alcançar melhores resultados. Esses trabalhadores bem treinados (parceria entre as empresas, Senac RJ e a Prefeitura) todos os níveis lhes darão uma vantagem competitiva significativa. A vantagem competitiva compensaria o setor privado, influenciando a força de trabalho formada e isso é fundamental.


O problema do desemprego e da insegurança no emprego

A colocação profissional continua a ser um objetivo fundamental da intervenção social no âmbito das políticas de bem-estar. Não trabalhar é mais que desemprego. O trabalho decente e estável é um elemento central da vida e da participação e relacionamento social, a maneira de acessar o consumo e o desenvolvimento pessoal. Por outro lado, está comprovado que existem grandes diferenças entre os jovens de acordo com sua origem social e situação familiar. 

Os Programas de Qualificação Profissional se tornam não apenas um remédio para "falhas" passadas, mas também lançam programas para treinamento vocacional ou um emprego. Seu sucesso depende da implementação de todo um conjunto de medidas anunciadas; 

 Estamos diante de uma clara iniciativa pública de treinamento profissional básico, com a intenção de que os alunos excluídos por diferentes razões a aquisição de habilidades básicas, podem adquirir as habilidades profissionais que lhes permitem realizar um trabalho com o treinamento mínimo necessário. Sem esses programas, esses jovens com características especiais não encontram alternativa, não conseguem uma segunda chance, com o consequente aumento do abandono escolar e do conflito escolar, pois o sistema educacional não respondia às suas necessidades.

 


Precisamos de uma verdadeira democratização da internet e acesso aos recursos digitais para todos os alunos da rede pública municipal

Embora a alfabetização digital seja essencial para se viver na sociedade atual, precisamos de medidas para garantir que ela não permaneça no plano teórico

Sabemos que o desenvolvimento e o progresso das gerações estão vinculados à participação ativa das pessoas na tomada de decisões públicas. Isso significa que a sociedade tem livre acesso a informações e conhecimentos para que possam basear melhor suas opiniões e decisões.





Um dos objetivos é de garantir educação inclusiva, equitativa e de qualidade, além de promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Nesse sentido, fica claro que, para isso, é essencial o uso da internet, sendo porta de entrada para uma grande quantidade de informações, conhecimentos e recursos educacionais.

As escolas públicas das áreas urbanas estão fazendo um uso maior de computadores e da internet em atividades pedagógicas com os alunos.

É essencial focar agora a integração da tecnologia às práticas pedagógicas. Esse processo, passa por levar as tecnologias da informação ao cotidiano de professores e alunos. A sala de aula é o ambiente onde ocorrem o ensino e o aprendizado diário. Por isso, é importante que a tecnologia esteja ao alcance dos professores e alunos nesse espaço. É importante que esses equipamentos passem a integrar mais as práticas pedagógicas. E isso acontece, principalmente, nas salas de aula. No entanto, além de benefícios, a experiência também traz desafios. A maior integração é benéfica aos estudantes, porque as ferramentas digitais já são parte da identidade das gerações mais jovens. Para os professores, isso também é positivo, porque lhes dá uma gama de recursos mais adequados à realidade dos alunos e não há dúvida de que se trata de um grande desafio integrar essas ferramentas ao ensino nas classes.

Esses benefícios ainda não são garantidos em todas as regiões. Há alguns pontos que devem ser abordados para tornar o uso da internet na educação uma realidade.

Primeiro, é necessária infraestrutura e acesso a recursos adequados. Hoje, o acesso à banda larga é desigual. Muitas áreas rurais ainda carecem de redes de banda larga ou conectividade a preços acessíveis; portanto, existe uma necessidade premente de incentivar o investimento neste momento para superar essa primeira barreira. Além disso, as escolas precisam de computadores, tablets e outros dispositivos de TIC (tecnologias da informação e comunicação) que otimizem o processo educacional.

Por outro lado, que a tecnologia beneficie os alunos afetará diretamente o desenvolvimento da cidade. Para avançar nisso, é necessário que as legislaturas formem políticas que integrem as TICs nas estratégias de desenvolvimento sustentável, incluindo setores como a educação.

O sucesso no mercado de trabalho da era digital exige boas habilidades digitais. A alfabetização digital é essencial para se viver na sociedade atual, pois a Internet pode ajudar qualquer pessoa, em qualquer estágio de sua vida, para melhorar suas realizações educacionais e oportunidades de emprego. Isso nos leva a falar sobre a necessidade de inclusão e treinamento. Alunos, professores, adultos e jovens devem aprender a usar as TIC em suas atividades diárias. Por todas essas razões, as políticas devem promover maior igualdade de acesso aos recursos educacionais para grupos desfavorecidos e devem abordar especialmente as desigualdades de gênero. Em muitos países, ainda existe o fato infeliz de que meninas e mulheres têm acesso mais limitado à educação do que meninos, por razões sociais e culturais.

Em geral, podemos dizer que a Internet abriu as portas para a democratização do conhecimento e da educação no planeta, agora cabe a nós dar o último passo e criar a estrutura adequada para que ela se torne realidade.

Aldeia Indígena en Maricá- RJ

Aldeia indígena


Quem me acompanha sabe que tive uma linda experiência em uma aldeia indígena Guarani, em Maricá - RJ estado do Rio de Janeiro  - Brasil.
Os índios guaranis ainda preservam muito sua cultura e costumes. Comunicam-se por meio da sua língua materna, que é absolutamente indecifrável para nós, não índios, que não estudamos linguística.

A aldeia indígena não é aberta ao público e ao turismo; somente mediante autorização das lideranças das tribo.


O centro da aldeia é composto por um campo de areia onde são feitos seus rituais, danças e jogos. As casas estão em volta desse campo, uma ao lado da outra, de barro e palha. 

As casas são simples e não contêm nenhuma mordomia, claro, dentro dos nossos padrões. Algumas sem divisões internas e apertadinhas oferecem redes ou esteiras no chão para dormir. A comida é feita ao lado de fora de cada casa, em uma espécie de fogão à lenha, junto com bichos, terra e crianças.



Percebi o tanto que ligamos para a opinião alheia. O quanto deixamos de fazer o que gostamos ou desejamos experimentar por medo do julgamento do outro, do olhar de desaprovação. As amarras sociais nos prendem mesmo, e só nos damos conta quando nos vemos em situações como essa.

Nos prendemos tanto à aparência e menos às energias, à empatia pelo outro. Vivemos em prol da estética, egocêntricos e vaidosos. Não respeitamos as diferenças, pensamos de forma hierárquica e agimos da mesma forma nas nossas atitudes. São tantas coisas que nos prendem ao comodismo que sair do usual, sair da inércia, não é e nunca será fácil. A questão é que nós pensamos assim, e não significa que os demais também compartilham do mesmo sentimento ou da mesma visão de mundo.

Não ver tantas semelhanças dentro de uma sociedade é incrível e confuso ao mesmo tempo. Não estamos acostumados a ver que nem todos estão presos à questões sexuais ou que o julgamento perante o outro é inerente à qualquer pessoa… É possível, sim; é outra dinâmica de funcionamento. A questão é que estamos muito longe de qualquer vivência semelhante. Onde será que nos perdemos? Onde deixamos tanta coisa “pura” ir embora.
Enfim, devaneios à parte, o tempo pra eles é outro, assim como o olhar para a vida. Tem muito mais pureza, mais leveza.


Outros sentimentos e impressões

Outra coisa que foi muito intenso foi perceber claramente o quanto estamos desconectados de nós mesmos. A nossa vida nos afasta dos momentos com nós mesmos, em que paramos pra escutar nossa respiração, nossos batimentos cardíacos, nossos sentidos, nossa paz interna.
Para a maioria das etnias indígenas, isso além de normal é essencial para a saúde e para a conexão divina. É comum ver vários indígenas sozinhos em um canto, apenas observando o balançar das árvores, ouvindo o canto dos pássaros, vendo a terra voar no campo de areia.

Cada dia mais nos afastamos do natural e nos embrenhamos na tecnologia, no trabalho, no fora e não dentro. Quando paramos pra observar os pássaros, tomar um banho de cachoeira ou mar em uma praia vazia, nos conectamos com nós mesmos e com a Terra. Sentimos de onde viemos e para onde vamos quando passarmos dessa pra melhor….

Percebi também o quanto não respeitamos os saberes dos mais velhos. Agora o que nos vale são as informações das instituições, da ciência, dos jornais. Pouco importa o que nossos avós faziam quando estavam doentes, ou quando estão tentando nos ensinar algo. Afinal, já estão ultrapassados, né?
Pois índio respeita demais os anciãos, que são considerados mestres. Um senhor sabe quando ele tem que fazer uma queimada para evitar que, na seca, a queimada natural tome proporções enormes. Uma senhora sabe qual erva usar pra sanar diversas doenças, tocando a barriga de uma mulher grávida sabe qual posição o bebê está, às vezes até qual o sexo. São verdadeiras parteiras… E hoje tanta gente pagando muito para ter um parto humanizado em casa, porque o natural agora é caro.
Reconhecemos esses saberes deles/as? Não…. De nada nos serve, infelizmente, e isso é um dos sinais que contribui para a invisibilidade desse povo. A falta de reconhecimento e de valorização da sua cultura e dos seus conhecimentos parece pouco, mas é parte da nossa contribuição para o aniquilamento deles.


Quando um ancião fala na aldeia indígena, todos têm um respeito absurdo. A propriedade com que eles falam, ensinam e questionam é impressionante. As histórias de lutas por sobrevivência e manutenção de suas terras e costumes são de doer o coração. Poderíamos aprender tanto com esses valores…


O anti-racismo esconde a pobreza da América

Entre os pobres da América, ainda mais brancos do que negros morrem em tiroteios na polícia. Mas a classe média americana não quer falar sobre pobreza.



Recentemente , todo o mundo ocidental explodiu em uma espécie de reavivamento contra o racismo. É hora de se posicionar contra a polícia americana, que há muito tempo mata cadáveres negros sem nenhuma conseqüência. Nos EUA, alguns estados estão tentando fazer com que o racismo seja proclamado como a nossa nova crise de saúde - a corona aparentemente não é tão perigosa quanto as pessoas pensavam. O preconceito é o verdadeiro vírus hoje.

Existem grandes problemas com essa história. Se você observar o que a polícia americana mata, acontece que a maioria dos tiroteios ocorre em áreas pobres, e entre os pobres da América, até um pouco mais de brancos do que os negros morrem; os números para brancos são 3,64 por 100.000 habitantes contra negros 3,34. Além disso, os estados que historicamente foram os piores da violência policial - estados como o Alasca e o Novo México - não são frequentemente estados com uma proporção muito baixa de negros na população.

Existe, portanto, uma epidemia "oculta" de violência policial mortal nos EUA, já que os tiroteios foram tão duros contra todos os pobres e há um número enorme de americanos brancos pobres. No final, a super-representação dos negros se deve ao fato de os negros serem frequentemente mais pobres que os brancos. Por que essa epidemia de violência policial contra os pobres é realmente invisível e por que todos - incluindo um esquerdista que se poderia pensar que deveriam se preocupar com essa questão óbvia de classe que afeta amplamente os pobres americanos - são silenciosos?

A resposta é provavelmente que ninguém realmente quer falar sobre esse problema como algo além de "racismo" solto contra os negros. A delicadeza de transformar tudo em uma questão racial é que se pode impedir a solidariedade com base na classe e, em vez disso, definir grupos diferentes com interesses semelhantes entre si, o que também está acontecendo nos Estados Unidos.

Se a pobreza não é o problema, não há necessidade de fazer nada sobre a pobreza; Se o racismo é o problema, sempre há empregos e atenção que podem ser distribuídos aos anti-racistas de classe média.

A luta contra o racismo é um pouco sobre lutar contra o racismo hoje em dia. Em vez disso, as forças liberais de esquerda, amplamente definidas, perderam quase todas as principais medidas de poder político na última década. Você perdeu o Brexit, viu Trump ser eleito, populistas do AfD alemão ou da frente francesa Nacional ou italiana M5S assumem a própria base eleitoral. Da esquerda, desafiantes como Corbyn e Sanders falharam totalmente. Um digitalizou contra o SD e viu como o SD passou de um não fator para o segundo maior partido da Suécia.

Tudo isso foi feito democraticamente, em um sistema com uma caveira, um voto. É por isso que a ampla esquerda voa da questão de classe para as lutas minoritárias. Se toda a sociedade é completamente racista, se o racismo é uma ameaça à vida que nada vale nada antes de ser "derrotado", um tipo de estado político de emergência foi construído, onde as maiorias podem - e devem - ser ignoradas; eles não podem ser confiáveis, a maioria só pode entregar tirania. O que se quer combater são as maiorias não liberais, não os racistas.

A luta contra a própria maioria da população pode parecer nobre aos olhos de alguns radicais ingênuos. Mas, na prática, isso é apenas uma luta contra os pobres e os excluídos, independentemente da cor da pele. Em George Floyd, a virtuosa classe média encontrou um álibi perfeito para fazer o que queria fazer desde o início - negar a existência de conflitos políticos entre eles e todos os outros, e transformar tudo em uma luta entre o bom e progressista e o malvado lantis.


Cidade de Maricá e seu desenvolvimento, ajudando no combate à pobreza

Podemos eliminar a pobreza extrema até 2030? 



Nunca antes a cidade de Maricá teve mais desenvolvimento e sucesso no trabalho sobre a pobreza do que a última década. No entanto, a próxima fase será mais difícil e exigirá outras significativas estratégias. Como a cidade de Maricá pode e deve contribuir os esforços para diminuir ainda mais a pobreza?

Em 1798, Thomas Maltheus deu uma imagem sombria do destino do mundo sobre o Princípio da população. Uma de suas teses foi que o mundo nunca sairá da pobreza porque todo progresso levará a uma população crescente a consumir o progresso (literalmente), e dessa maneira, o padrão de vida está voltando ao mínimo de existência. Portanto, o progresso produzirá apenas mais pessoas, não padrões de vida mais altos.

Provavelmente foi um resumo correto da armadilha da pobreza que havia milhares de anos dominou o mundo, mas as previsões de Maltheus provaram estar erradas quase todos os dias.

Programa de combate à pobreza é lançado em Maricá  

A iniciativa, apoiada pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), visa identificar e encaminhar famílias em situação de vulnerabilidade e extrema pobreza a programas sociais e serviços públicos na cidade. O programa é intersetorial e reúne diversas secretarias e autarquias de Maricá em um esforço conjunto para identificar e retirar famílias da extrema pobreza e inseri-las no sistema de proteção social já existente.

A pobreza extrema está em declínio na cidade de Maricá nos últimos anos e a tendência tem sido particularmente muito positiva mas recebeu pouca atenção, pois a redução da pobreza ocorre gradualmente, sem drama, pois ficam fora da maioria dos meios de comunicação.

O conhecimento que temos sobre a situação de vida dos pobres indica que a pobreza tem muitas dimensões que não pode ser pego nessa definição econômica. Esse limite também estabelece as bases para um talvez uma distinção infeliz entre aqueles que são definidos como extremamente pobres e outros também vive em profunda pobreza - e da qual ainda haverá no futuro próximo. Mas a incerteza e crítica dessa definição específica não muda muito a imagem, que fala de tremendo progresso. Nunca antes a cidade teve tanto sucesso.





Na contra a de uma tendência nacional de perdas, durante todo o ano de 2019 Maricá (RJ) ocupou o quarto lugar no ranking do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho, registrando também a segunda maior evolução de empregos formais no âmbito do estado do Rio, O desempenho entre os mais de 5.661 municípios do país também foi igualmente impressionante, com a cidade de 3 mil habitantes ocupando o 58 lugar geral entre as cidades que mais criaram empregos formais ao longo de todo ano.


Os empregos dominantes na prática, de acordo com a meta de que a proporção de extremamente pobres permaneça menos de três por cento. Este é o melhor e mais realista que você pode imaginar. Os objetivos de sustentabilidade, escolhas de política de desenvolvimento relacionadas à contribuição para a eliminação da pobreza na cidade.

Nos permitimos uma dose de pessimismo de dar boas contribuições para a eliminação da pobreza extrema com o objetivo de sustentabilidade. Embora existam boas condições para isso. Há razões para acreditar que, embora o objetivo de eliminar extremos a pobreza é alcançável, “possível mas desafiador”

Isso não significa que não teremos muito progresso durante o período. Significa apenas que precisamos ser excessivamente otimista.



Nunca antes a humanidade teve tanto sucesso na luta contra a pobreza extrema como após o fim da Guerra Fria. Enquanto cerca de 35% da população mundial viveu em extrema pobreza em 1990, a proporção está agora abaixo de 10%. O número extremamente os pobres são reduzidos em mais de cem mil - todos os dias durante esse período. 

Inspirada por esse sucesso, a ONU, por meio de seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, decidiu abolir extrema pobreza até 2030. Com base no desenvolvimento dos últimos anos, inicialmente parece ser uma tarefa acessível. Mas a próxima fase do trabalho para eliminar a pobreza extrema será diferente e consideravelmente mais difícil. Uma razão para isso é que o crescimento econômico por várias razões não se espera que faça tão boas contribuições para a redução da pobreza quanto nos últimos anos. 



O governo gastará US $ 65 milhões em museus e fundos culturais da Nova Zelândia, na esperança de proteger o setor do impacto da recessão do coronavírus.

Coronavírus: Governo promete pacote de recuperação de artes e cultura de US $ 65 milhões

Artesanato distribuído em escolas dá visibilidade a indígenas da Grande Florianópolis

O cacique Werá disse que o artesanato ajudou as crianças a se informar que há indígenas por perto e não apenas na Amazônia.


A distribuição de peças de artesanato Guarani foi a forma encontrada para reduzir a invisibilidade dos indígenas da região da Grande Florianópolis. Durante um ano e meio, indígenas de aldeias localizadas na área do futuro Contorno Viário produziram cerca de cinco mil peças que estão sendo entregues em escolas de Biguaçu, Palhoça, São José, Governador Celso Ramos e Florianópolis. Os produtos também são comercializados nas aldeias.

O artesanato é uma tradição do povo Guarani e uma das principais fontes de renda. Os artesãos da etnia reproduzem os animais comuns nas proximidades das aldeias, como capivaras e corujas, cestos em palha, arco e flecha, chocalhos entre outros objetos. Entre os artesãos guarani há crianças, jovens e adultos.
Os mais velhos são os responsáveis por compartilhar o conhecimento acerca da produção das peças artesanais que representam seus costumes seculares.
A bióloga Daniela Bussmann conta que em 2015 foi iniciado o projeto de resgate do artesanato nas aldeias da região metropolitana de Florianópolis. Durante oficinas, os artesãos informaram quais eram as espécies utilizadas para a confecção das peças.
Cipós, sementes coloridas, cascas e outros foram anotados. Muitas árvores já haviam desaparecido da área de coleta. Então foram feitas mudas das espécies, retiradas de outros locais, para que futuramente os artesãos tenham de onde extrair os produtos.

Mitigação de impactos

O projeto de artesanato Guarani faz parte do Componente Indígena do Plano Básico Ambiental do Contorno Viário, um programa de mitigação de impactos do empreendimento aprovado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e conduzido com a participação da Funai (Fundação Nacional do Índio) e das lideranças Guarani.

As aldeias localizadas na área de impacto do contorno viário são:

  • M’biguaçu
  • Morro dos Cavalos
  • Amaral
  • Itanhaém
  • Massiambu
  • Praia de Fora 1
  • Praia de Fora 2
  • Cambirela
  • Amâncio
  • Canelinha

“Estamos presentes”

Werá (nome Guarani do cacique Davi Timóteo Martins), da aldeia de Itanhaém, em Biguaçu, conta que a distribuição do artesanato nas escolas aproximou os moradores da vizinhança. Muitos desconheciam a existência de aldeias nas proximidades.
“Professores e diretores de escolas que receberam os kits nos procuraram, pois não sabiam onde havia aldeia Guarani, não conheciam nosso artesanato. Começaram a nos perceber como vizinhos e isso é muito importante”, avalia Werá.
O cacique relatou que o contato deles por meio do artesanato ajudou as crianças a se informar que há indígenas por perto e não apenas na Amazônia. “As crianças das escolas ficaram sabendo que fazemos artesanato e que estamos presentes, que estamos aqui, seguindo ainda a nossa cultura tradicional, produzindo artesanato e fazendo nossos afazeres”, explica o cacique.

Oito em cada 10 crianças yanomami têm desnutrição crônica

É o que revela levantamento feito a pedido do Unicef

Em aldeias dos índios yanomami, oito em cada dez crianças menores de cinco anos padecem de desnutrição crônica, o que pode comprometer, de modo irreversível, o desenvolvimento mental, motor e cognitivo ou mesmo levá-las a óbito. Sabe-se, ainda, que 67,8% delas estão anêmicas. 
As conclusões constam de um estudo encomendado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que está sendo discutido hoje (29), no Seminário Nacional sobre os Determinantes Sociais da Desnutrição de Crianças Yanomami, em Brasília. 

O levantamento, que agora tem suas primeiras informações divulgadas, foi elaborado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Socioambiental (ISA). Os pesquisadores coletaram os dados entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019, no Polo Base de Auaris, em Roraima, e no Polo Base de Maturacá, no Amazonas. A equipe constatou que 81,2% das crianças menores de cinco anos de idade têm baixa estatura para a idade (desnutrição crônica) e que 48,5% apresentam baixo peso, se comparadas a outras da mesma faixa etária (desnutrição aguda). 

A Organização das Nações Unidas (ONU) informa que a taxa de desnutrição crônica entre menores de 5 anos, em 2006, era de 7%. Já o índice entre crianças indígenas menores de cinco anos era de 28,6%, em 2018, segundo o Ministério da Saúde. Alimentos ultraprocessados e obesidade - Outro aspecto relevante que os autores do estudo destacam é o fato de que os índices de desnutrição são ainda mais elevados no período do desmame das crianças que compuseram a amostragem. 

De acordo com os pesquisadores da Fiocruz, fatores como o contato com alimentos ultraprocessados podem estar contribuindo para a condição nutricional das crianças yanomami. Os produtos ultraprocessados são caracterizados por um baixo valor nutricional e um alto nível do teor de gordura, sódio e açúcares e estão associados, frequentemente, ao sobrepeso de crianças, que, no caso das yanomami, atinge uma prevalência de 2%. Ao todo, um quinto delas já se encontrava em risco de sobrepeso associado a algum tipo de desnutrição, como deficiências em vitaminas e nutrientes essenciais. Conforme explicou Antônio Carlos Cabral, representante do Unicef no seminário, no ano passado, o organismo da ONU consultou mulheres indígenas de vários pontos do país sobre seus anseios. 

Elas enumeraram, o que consideravam ser os maiores problemas nas áreas de saúde, educação e registro civil e de nascimento. A partir disso, o Unicef detectou, entre os yanomami, a preocupação com a desnutrição infantil. "Não é só possível, é uma obrigação nossa fazer isso. A gente tem que garantir o direito dessas crianças. A gente não pode mais admitir estar perdendo crianças indígenas por desnutrição", disse Cabral, que ocupa o cargo de oficial de saúde na Amazônia, no Unicef. 

"Agora, a gente tem uma evidência, uma comprovação através de um estudo, que mostra que a gente precisa focar nessa população para garantir os seus direitos e ver de que forma vamos trabalhar para que tenham mudanças eficazes, reais e concretas na vida dessas crianças", acrescentou. Desnutrição - Segundo o médico Jaime Henrique Valencia, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, os números são conhecidos "há muito tempo" pelo governo federal. 

O cerne da questão, afirmou, está em garantir que as políticas já implementadas tenham sequência e não sejam concebidas "do zero". "A pesquisa só vai mostrar e reforçar que a desnutrição existe nesses povos e, então, vai lembrar aos gestores, que sempre estão mudando, que esse problema continua e vai continuar, caso não se dê continuidade às ações que já vêm sendo feitas", argumentou. Infectologista, Valencia disse que o poder público deve prevenir a desnutrição dos povos indígenas oferecendo um atendimento de excelência em Atenção Primária e que a solução é tornar o processo participativo e horizontal, de modo que as comunidades indígenas sejam realmente ouvidas. O técnico da Sesai pondera, ainda, que a desnutrição generalizada dos povos originários pode até mesmo reduzir sua atuação sociopolítica no futuro, uma vez que as crianças indígenas agora suscetíveis a essa condição de saúde são aquelas que representarão seus pares e podem acabar tendo suas faculdades cognitivas comprometidas. 

"Provavelmente, não terão lideranças fortes para lutas por seus direitos", observou. Articulação - "Precisamente, a importância dessa pesquisa é integrar instituições, tanto os entes governamentais quanto organizações não governamentais, que servem de testemunha que há algo para se fazer em conjunto, porque o problema transpassa a área de saúde. Precisamos nos articular com outras instituições, como o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], o Ministério da Cidadania e os diferentes níveis de governo.

 Não vale apenas ter normas em nível central, colocar em portarias, em procedimentos a serem feitos, se não temos o apoio da comunidade", acrescentou. Também entrevistado pela Agência Brasil, o presidente da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (Ayrca), José Mario Pereira Yanomami, afirmou entender que há a necessidade de se recuperar os hábitos alimentares dos seus antepassados. 

Ele relata que a demarcação de terras indígenas tem dificultado o cultivo de alimentos que os povos deveriam reinserir no cardápio. " Na comunidade, eu conheço várias famílias que não têm condições [de plantar]. Uma roça não sustenta 15 famílias. Isso é muito pouco. A família tem que ter um roçado grande, plantação de mandioca, o que nossos avós plantavam", diz ele, que vive na região de Maturacá, no Amazonas.

Indígenas recebem prêmio nacional


A Associação Indígena Sateré Mawé do Aninga (Aisma) recebeu o Prêmio Lúcio Costa nas áreas da mobilidade, saneamento e habitação.
A Construção de cerca de 150 casas para famílias indígenas e tradicionais do Município de Boa Vista do Ramos, denominado “Loteamento Habitacional Bela Vista”, se deu por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades, do governo federal.
Esse projeto é desenvolvido pela associação que foi criada em 2009 e que recebeu na tarde desta quarta-feira, dia 30, a premiação. Indicação do deputado  José Ricardo  na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara Federal.
Liderado e desenvolvido por mulheres Indígenas, José Ricardo enalteceu o projeto realizado no interior do Amazonas na construção de moradias para quem necessita.
“Atualmente, estão construindo casas com indígenas urbanos e de comunidades distantes, que precisam muitas vezes trazer os seus filhos para as cidades mais próximas para ter acesso à educação. E fico muito feliz por essa premiação de hoje, que é um verdadeiro reconhecimento a essas famílias”, disse o deputado.
Aluízio Macedo, da etnia Miranha, presidente da Aisma, lembrou como foi o processo para a aprovação desse loteamento, iniciado em 2010, mas que somente em 2013 teve a assinatura do termo de adesão com as 150 famílias da localidade. E em 2015, foi adquirido para iniciar a construção das casas.
“Ter moradia é ter também dignidade. Nosso povo necessitava de ajuda e concretizamos esses sonhos, fornecendo a construção de mais casas aos indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Obrigado ao deputado José Ricardo, esse gigante do Amazonas, pela indicação ao prêmio. Ainda temos outros projetos de melhoria da qualidade de vida aos nossos povos, com novas oportunidades”, destacou.


Prêmio Lúcio Costa

Idealizada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano, a premiação é um reconhecimento a entidades e personalidades que tenham realizado ações, programas ou trabalhos nessas três áreas para melhorar a vida dos cidadãos nos municípios brasileiros.
Lançado em 2015, o Prêmio presta homenagem ao arquiteto e urbanista Lucio Costa (1902-1998), referência na arquitetura moderna brasileira e criador do Plano Piloto de Brasília.
Anualmente, são premiadas três entidades e três personalidades indicadas por deputados integrantes da comissão.
Para a Comissão, é uma forma de reconhecer os trabalhos das entidades e personalidades que atuam e se destacam nos setores de mobilidade, saneamento e habitação no Brasil.